500 milhões de pessoas que menstruam vivem em pobreza menstrual e não conseguem ter acesso a condições de higiene adequadas.
Fonte: WorldBank

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Se falar sobre menstruação continua a ser um grande tabu, a pobreza menstrual é uma realidade ainda mais negligenciada e ignorada, mas muito urgente.

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Hoje sabemos que a pobreza menstrual vai muito além da impossibilidade de adquirir produtos de higiene menstrual adequados.

É uma condição que denuncia um problema global da falta de acesso à água, saneamento básico, informação e desigualdade social.

É uma realidade que impede o pleno desenvolvimento e bem-estar das pessoas que menstruam, fazendo com que deixem de viver as suas vidas com dignidade e igualdade.

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Em Moçambique, um pacote de pensos higiênicos descartáveis representa 8% do rendimento de uma pessoa.

Já imaginou pagar 60 euros por um pacote de pensos higiênicos?

Cálculo estimado considerando o ordenado mínimo nacional português em 2023,  o salário médio de um camponês que trabalha na Machamba em Moçambique (1.000 meticais) e valor  médio de um pacote de pensos higiénicos descartáveis (80 meticais). 

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A ONU define a pobreza menstrual como um problema tanto de saúde pública, como de direitos humanos, que afeta milhões de pessoas no mundo. 

A escassez e preço dos produtos de higiene, os preconceitos, os estereótipos e a falta de acesso a água e saneamento deixam as pessoas que menstruam sem alternativas. Como tal, usam produtos desadequados à absorção do sangue menstrual, como panos, jornais, roupa inutilizada e adaptada, papel e cartão, folhas, etc.

Isto representa um grande risco à saúde, podendo causar alergias, irritações, infeções e inclusive levar a óbito. Para além disso, a UNICEF ressalta ainda que a pobreza menstrual está também ligada à falta de acesso a medicamentos e cuidados médicos. 

A falta de informação e conhecimento acerca da saúde e do ciclo menstrual, não só a nível geral, mas também a nível pessoal, leva também ao cuidado inapropriado e pode gerar problemas de saúde graves.

A autoestima e a saúde mental das pessoas que se encontram em situação de pobreza menstrual são também igualmente afetadas, devido ao desconforto, stress, humilhação e discriminação de que podem ser alvo, principalmente as jovens em idade escolar. 

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 1 em cada 10 pessoas faltam ou já faltaram à escola durante a menstruação. 

No mundo, 1.8 mil milhões de pessoas menstruam.

Fonte: ONU

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De facto, a pobreza menstrual é uma das principais causas de absentismo escolar, principalmente em países em desenvolvimento.

Acontece essencialmente por três motivos: dificuldade de acesso a produtos menstruais, ausência de instalações de saneamento básico nas escolas e estigmatização associada à menstruação.